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Treinador de Futsal/Futebol - Coordenador Técnico Iniciação - Clube Atlético Mineiro - Graduado em Educação Física - UFMG, Especialista em Futsal e MBA em Gestão de Pessoas

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A BANALIDADE DO ÓBVIO, E A DIFICULDADE DE PRATICÁ-LO....

Ao fim da temporada de 2015, avaliando os últimos quatro anos, processando informações e planejando o futuro, me vi instigado a compartilhar algumas experiências vividas. Como está descrito no Título parecem Banais, realmente, como várias coisas que olhamos e dizemos: ´´AH, ISSO EU JÁ SEI´´, mas não conseguimos transferir para a Prática do dia a dia.
Essa história começa em 2007, quando decidi realizar minha primeira Pós-Graduação. Com ´´Sede´´ de conhecimento fui para Londrina, onde o Prof. Wilton Carlos Santana (que hoje se tornou um Grande amigo)  organizava anualmente uma Especialização somente em FUTSAL (aquilo era um sonho). Ver os Maiores Treinadores da Modalidade dividindo seu conhecimento. E numa dessas aulas, Miltinho falou sobre ´´Próximo Instante´´ (me desculpe ele, se a nomenclatura ou interpretação não está condizente com o que realmente significa, mas posso dizer que me apropriei do conceito). E hoje o ´´Próximo Instante´´ se tornou um Princípio Ofensivo da minha Equipe, que de  alguma forma  tenta antecipar mentalmente, pensando no  instante seguinte, para que estejamos, na maioria das vezes, um tempo a frente da defesa.
Algum tempo se passou, a vontade de evoluir continuou presente. Surgiram outras pessoas no caminho (Treinadores do Minas, Prep.físicos) geraram outras discussões, apareceram algumas certezas, outras incertezas. Aquelas  ´´certezas caíram por Terra´´, surgiram outras Incertezas.
 Mas hoje, posso dizer claramente que não sou o mesmo e que sim, venho pensando a organização do treinamento um pouco diferente...
Na minha trajetória enquanto Treinador, fui criticado por parar o treino demais, consequência de um PERFECCIONISMO exagerado, que como qualquer coisa na vida, em uma dose grande ATRAPALHA. Lia-se muito sobre imprevisibilidade do jogo, aleatoriedade e outras características, mas era-se incapaz de permitir que as interações entre os Jogadores acontecessem (O que parecia Óbvio, era difícil praticar....). Interações essas que poderiam levar a EQUIPE a um outro ´´patamar´´ de coletividade. À um coletividade que nenhum TREINADOR é capaz de Planejar ou Controlar...O que hoje é uma CERTEZA para mim....
Pois bem, a Leitura e os Estudos sobre a Modalidade continuaram:
O Ensino dos Jogos Esportivos Coletivos sempre foram foco de Estudo, afinal, a Graduação foi realizada onde se mais Pesquisava isso no Brasil. E que de lá saíram Grandes Amigos, e Excelentes Profissionais (Marcelo Vilhena, Auxiliar Técnico e Coordenador da Base do Atlético Paranaense, Diogo Giacomini, Treinador do Sub-20 do Clube Atlético Mineiro, Ricardo Leão Andrade, Treinador da Equipe Profissional do Guarani de Divinipolis, entre outros....). E a convicção que se tinha era que as atividades deveriam ser SITUACIONAIS, ou seja, representar situações de jogo, para que os atletas pudessem passar repetida vezes por aquilo e ´´treinarem´´  a Tomada de Decisão em determinada situação..
Mas SERÁ que era SÓ isso???????
Hoje acredito que o que realmente faz diferença, é o momento seguinte a SITUAÇÃO treinada...
Claro que o treino deve representar situações que o Jogo exigem, mas uma EQUIPE será COMPETITIVA E CONSISTENTE, se ela souber se comportar após aquela situação. Pois, afinal por mais que você treine uma situação de Contra-ataque Insistentemente, qual será a EFETIVIDADE da sua EQUIPE ?
O diferencial é se ´´Reequilibrar´´ RAPIDAMENTE após determinada ação!!!!! Seja o término dela, uma finalização ao Gol adversário, ou a perda da Posse de bola por um erro (que faz parte do Jogo). Às vezes, treinamos insistentemente BOLAS PARADAS, mas o que realmente pode fazer a diferença é bater um lateral rápido e tirar vantagem daquela situação (que foi o INSTANTE SEGUINTE a algo que aconteceu no JOGO)
Isso tem que fazer parte do TREINO!!! Elaborar Atividades ou Situações de jogo, mas INCLUINDO sempre o MOMENTO SEGUINTE, o PRÓXIMO INSTANTE (aqui se tratando de EQUIPE, envolvendo a COLETIVIDADE, como que enquanto TIME, se comportarão).
Dessa forma, um treino de CONTRA-ATAQUE, não pode se encerrar ao fim dessa Situação, o Instante SEGUINTE tem que ser permitido ACONTECER, quer seja, um tiro de meta rápido da Equipe adversária, quer seja uma perda de posse e uma reorganização em diferentes espaços da Quadra para recupera-lá. (ISSO É TREINÁVEL, isso é o JOGO).Essa dinâmica permitirá  a formação de um  TIME CONSISTENTE, ´´ESPERTO´´, que saiba TRANSITAR de um MOMENTO para outro, que é o que  realmente fará diferença durante a partida.
 Portanto, estaremos treinando mais JOGO e menos Situações...


Tudo isso é muito ÓBVIO...
Mas você já tinha parado pra PENSAR nisso????